O colapso do PSDB começou em 2014, quando Aécio, derrotado nas urnas por Dilma, recusou-se a aceitar o resultado legítimo das eleições
O PSDB está praticamente morto – e seu principal algoz atende pelo nome de Aécio Neves. O partido que foi protagonista do golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) que flertou com o fascismo e que abandonou qualquer traço de compromisso democrático agora busca sobreviver por aparelhos, fundindo-se com o Podemos, depois de ter sido rejeitado por siglas maiores. O fim melancólico é condizente com a trajetória recente da legenda, marcada por golpismo, traições, sabotagens e covardia política. O colapso do PSDB começou em 2014, quando Aécio, derrotado nas urnas por Dilma, recusou-se a aceitar o resultado legítimo das eleições. Foi o primeiro ataque frontal à democracia brasileira após a Constituição de 1988. Ao questionar o sistema eleitoral sem apresentar qualquer prova, Aécio abriu as portas para algo muito mais grave: a desconfiança sobre as urnas eletrônicas, que, mais tarde, seria instrumentalizada por Jair Bolsonaro, que está prestes a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Em outras palavras, foi Aécio quem plantou a semente do golpismo que germinaria na extrema direita. Não satisfeito, ele marchou ao lado dos camisas-amarelas de extrema direita nas ruas, engrossando manifestações de caráter fascista e antidemocrático. Acabou sendo expulso por aqueles que ele mesmo ajudou a fortalecer – um castigo simbólico, mas merecido. Em seguida, aliou-se a Eduardo Cunha e Michel Temer para derrubar a presidenta Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade. O resultado foi um governo ilegítimo, desastroso para o povo brasileiro, que aprofundou a desigualdade e destruiu direitos sociais.