Foto: Hegon Corrêa
No Ciclo de Debates, em São Paulo, governador destaca que Goiás lidera em áreas essenciais e avalia que falta de prioridade das autoridades emperra desenvolvimento do país
O governador Ronaldo Caiado destacou que as necessidades da população têm perdido espaço na esfera pública. A declaração foi feita durante palestra no Ciclo de Debates “O Brasil na Visão das Lideranças Públicas”, realizado pela Fundação Fernando Henrique Cardoso (FHC), em São Paulo, na tarde desta segunda-feira (5/5). “As pessoas estão vendo os problemas econômicos e a violência surgirem por falta de uma discussão de Brasil com os temas que estão atingindo a população, quem gera emprego, o trabalhador”, ressaltou.
Na explanação, o governador apresentou os resultados de Goiás e analisou os desafios para o Brasil, com foco no agronegócio, desenvolvimento tecnológico e na gestão pública. O debate contou com perguntas da pesquisadora e professora titular do departamento de Ciência Política da USP, Marta Arretche, e mediação do diretor-geral da instituição, Sérgio Fausto. O chefe do Executivo goiano detalhou medidas que tiveram reflexo direto na vida dos goianos, entre elas o trabalho para alcançar o equilíbrio fiscal. “Com liquidez plena, fiz o primeiro fundo de equilíbrio fiscal do país, peguei 1,5% do orçamento e botei como reserva”, disse ao citar o Fundo de Estabilização Econômica, lançado em março. “Se não tiver respeito pelo que ganha e pelo que gasta, não se governa e não cresce o país”, reforçou. Em contrapontos entre a realidade brasileira e o panorama goiano, Caiado apontou as medidas efetivas implantadas no Estado. A liderança nos indicadores de educação, a redução da pobreza e o exemplo na segurança pública foram destaques. “Tivemos a capacidade de fazer a segurança preventiva, tanto é que em Goiás nunca houve mais um assalto a banco, a carro forte, um novo cangaço, nunca teve mais um sequestro”, citou em menção aos investimentos em inteligência e aporte aos policiais. Ele defendeu integração nas forças e sistemas de segurança, não a centralização.
Desenvolvimento
Ao apontar desafios para o desenvolvimento nacional, Caiado abordou a necessidade de investir em inovação e tecnologia para aprimorar serviços públicos, principalmente na área da gestão de dados na saúde e também para a modernização do agronegócio. “Hoje nós somos os maiores produtores de grãos e também de proteínas no mundo. Isso dá ao Brasil uma condição de segurança alimentar que nenhum outro país consegue ter, preservando todos os nossos biomas”, citou.
Para o governador, o Brasil também tem perdido oportunidades na transição energética. “Estamos perdendo algo que é a nossa essência. Somos o único país no mundo a definir uma política energética capaz de ser fora do consumo de combustível fóssil. O único país que tem matrizes capazes de apresentar um combustível que é 100% orgânico. E estamos perdendo a guerra”, avaliou.
Comemoração
Em comemoração aos 20 anos da Fundação FHC, a entidade realiza encontros com políticos e autoridades. Em outras edições, o espaço recebeu convidados como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso; o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto; o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab; e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. “O governador Caiado é uma indiscutível liderança”, afirmou o ex-ministro de Relações Exteriores do Brasil Celso Lafer durante a abertura do evento. Ao reconhecer a posição do líder goiano, enfatizou a convergência da vivência pública de Caiado com as necessidades do povo brasileiro e com a defesa da democracia. “Uma experiência muito bem sucedida de gestão e de governança, de saber traduzir em realizações os anseios legítimos das figuras públicas que têm responsabilidade”, ressaltou.
