Moscou classificou os bombardeios como uma “decisão irresponsável” que representa uma “violação grosseira do direito internacional
O ex-presidente russo Dmitry Medvedev afirmou, em publicação no Telegram neste domingo (22/6), que “vários países estão prontos para fornecer diretamente ao Irã suas próprias ogivas nucleares”. A declaração eleva de forma alarmante o nível de ameaça global, num momento em que Teerã enfrenta forte pressão internacional e mobiliza sua população em apoio ao governo. “Os iranianos estão se unindo em torno da liderança espiritual do país, incluindo aqueles que antes eram indiferentes ou contrários a ela”, escreveu Medvedev. Em tom irônico, ele ainda ironizou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reeleito para um segundo mandato em 2025: “Nesse ritmo, Trump pode esquecer o Prêmio Nobel da Paz – nem mesmo com toda a manipulação a que ele foi submetido”.
Trump anuncia bombardeios e diz que Irã teve seu programa nuclear “aniquilado”
No sábado (21/6), o presidente Trump anunciou nas redes sociais que os EUA haviam conduzido bombardeios contra o Irã. “Uma carga completa de BOMBAS foi lançada sobre o principal local, Fordow”, escreveu em sua conta no Truth Social. Ele também afirmou que os ataques atingiram outros centros sensíveis, como Natanz e Esfahan, locais historicamente associados ao programa nuclear iraniano. Pouco depois, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, declarou que a operação “aniquilou” as “ambições nucleares” do Irã. Ele insistiu que os alvos não foram tropas iranianas ou a população civil, mas instalações relacionadas ao desenvolvimento nuclear. A justificativa oficial, porém, tem sido duramente criticada por outras potências.
Rússia denuncia violação do direito internacional
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu nota oficial condenando os ataques norte-americanos. Moscou classificou os bombardeios como uma “decisão irresponsável” que representa uma “violação grosseira do direito internacional, da Carta das Nações Unidas e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU”. Segundo a chancelaria russa, “não importa quais argumentos sejam apresentados, submeter o território de um Estado soberano a ataques com mísseis e bombas é inaceitável”. A Rússia também apelou por uma solução diplomática para o conflito, destacando os riscos de escalada militar e proliferação nuclear na região, agravados pelas ações unilaterais de Washington.
