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“É hora de baixar as armas da provocação; cessar os tambores de ofensas e hastear a bandeira do diálogo e da paz”, disse, Michelle em trecho da carta lido publicamente
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro divulgou sábado (12/7) uma carta pública endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em meio à crescente tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos. O episódio ganhou repercussão após o presidente norte-americano Donald Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros — medida que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto.Durante evento no Acre, Michelle adotou um tom crítico em relação ao atual governo, mas defendeu que o caminho para a resolução do impasse seja o diálogo. “É hora de baixar as armas da provocação; cessar os tambores de ofensas e hastear a bandeira do diálogo e da paz”, disse, em trecho da carta lido publicamente.
‘Ditadura disfarçada de democracia’
Michelle também associou a crise à condução da política externa brasileira, fazendo um alerta sobre a imagem internacional do país. “Essas sanções só foram aplicadas, até hoje, a países reconhecidos como ditaduras”, afirmou. Em seguida, acrescentou: “O Brasil está sendo visto como uma ditadura disfarçada de democracia”. A carta faz um apelo para que o presidente Lula deixe de lado disputas partidárias e polarizações ideológicas. “Lula, você precisa parar de se guiar por ideologias doentias e pelo desejo de vingança. É preciso governar para obter o que é melhor para o povo e para o Brasil. Chega de ódio e de irresponsabilidade”, escreveu.
Lula reage à taxação e reforça posição soberana
O posicionamento de Michelle ocorre no momento em que Lula vem se manifestando com firmeza sobre a decisão de Trump. Em publicação nas redes sociais, o presidente declarou: “O Brasil vai adotar as medidas necessárias para proteger seu povo e suas empresas”. Ainda assim, o petista garantiu que seguirá buscando caminhos diplomáticos: “Somos um país grande, soberano, e de tradições diplomáticas históricas com todos os países”, afirmou. Por sua vez, Donald Trump declarou, na sexta-feira (11/7), que pretende conversar com Lula “em algum momento, mas não agora”.