DataFolha
A maior parte dos eleitores brasileiros se opõe à ideia de votar em candidatos que prometam perdoar Jair Bolsonaro (PL-RJ) e seus aliados envolvidos na tentativa de golpe de Estado. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada pelo g1 domingo (3/7), 61% dos entrevistados afirmaram que “não votariam de jeito nenhum” em um nome com esse compromisso. O levantamento mostra ainda que apenas 19% votariam com certeza em um candidato disposto a livrar o ex-presidente e os condenados pelos atos golpistas do 8 de janeiro de qualquer pena ou punição. Outros 14% disseram que talvez votassem em alguém com esse posicionamento, enquanto 6% não souberam responder. A pergunta feita aos entrevistados foi: “Você votaria em um candidato que prometesse livrar Bolsonaro e os condenados pelo 8/1?”.
As respostas foram distribuídas da seguinte forma:
Votaria com certeza: 19%
Talvez votaria: 14%
Não votaria de jeito nenhum: 61%
Não sabe: 6%
A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de julho com 2.004 pessoas com 16 anos ou mais em 130 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Julgamento de Bolsonaro avança no STF – No momento em que Jair Bolsonaro enfrenta acusações graves no Supremo Tribunal Federal (STF), o debate sobre uma possível anistia aos envolvidos na tentativa de ruptura institucional ganha mais destaque. Na quarta-feira (30), teve início o prazo para que as defesas de Bolsonaro e de outros seis réus apresentem suas alegações finais no inquérito que apura a trama golpista. Essa fase marca os momentos finais da ação penal contra o que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, chamou de “núcleo crucial” do suposto plano para subverter a democracia. As defesas têm até meados de agosto para entregar suas manifestações. Entre os réus que também precisam se posicionar estão Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já se manifestou anteriormente, pedindo a condenação de todos os oito réus. Também entregou suas alegações finais a defesa de Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e colaborador do inquérito, cuja delação é considerada peça-chave nas investigações. Encerrado o prazo das defesas, o processo estará pronto para ser julgado pela Primeira Turma do STF, em data ainda a ser marcada. A decisão poderá selar a condenação ou absolvição de figuras centrais do bolsonarismo, inclusive de Jair Bolsonaro.