Evaristo Sa/AFP
Bolsonaro: em casa, sem redes sociais e com visitas controladas
Em prisão domiciliar há duas semanas, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro está cada vez mais abatido. “Há uma mistura de sentimentos, o presidente Bolsonaro está triste, preocupado e magoado”, diz um aliado que o visitou, mas que preferiu falar sob reserva. Uma das maiores preocupações do presidente é com a própria saúde. Hoje ele foi novamente ao hospital em Brasília para fazer exames. “Ele não para de soluçar, fica dias soluçando e está fazendo um tratamento”, diz este aliado. Bolsonaro também mostra-se magoado em não conseguiu levar à frente a votação na Câmara dos Deputados do projeto que anistiaria os envolvidos no episódio do 8 de Janeiro, quando vândalos depredaram as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente da República deve se encontrar nos próximos dias com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e durante a conversa pretende reforçar o pedido para aprovar o projeto da anistia. Durante a eleição de Motta, Bolsonaro tinha dado apoio ao paraibano em troca de colocar o projeto em votação. O ex-presidente da República também foi proibido de utilizar suas redes sociais. Bolsonaro tem ao todo 68 milhões de seguidores em suas cinco principais redes, Instagram, X, Facebook, Youtube e Tik Tok. As últimas mensagens postadas por Bolsonaro nas redes sociais são de 27 de julho.
Prisão domiciliar deixou o presidente ainda mais triste
Uma das maiores mágoas do presidente, no entanto, é com a prisão. Ele passa os dias vendo televisão, andando no quintal e jogando baralho com a mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Na rua onde o casal mora, em um condomínio em Brasília (DF) só passam poucos moradores de carro. Esta semana, o presidente recebeu mais uma notícia ruim. O Supremo Tribunal Federal marcou data (início 2 de setembro) das sessões do julgamento por golpe de Estado. Em meio a este tormento pessoal, o ex-presidente ainda tem recebido pressão de governadores candidatos às eleições presidenciais do ano que vem – 2026 – que disputam o recall eleitoral de Jair Bolsonaro.



