Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Chico Rodrigues elogiou fala do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) sobre a PEC
Em sessão deliberativa de quarta-feira (17/9) Chico Rodrigues comentou o discurso do colega Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) contra a proposta. Veneziano se disse “surpreso” e “indignado” com a aprovação na Câmara e definiu a PEC como “uma violência, uma agressão, um atentado, uma provocação, um deboche que a Câmara impõe à sociedade brasileira”. Chico Rodrigues o elogiou por seu posicionamento e também criticou o projeto, afirmando ter certeza que ele “não logrará êxito” no Senado. “Nós, acredito que a grande maioria dos senadores, temos consciência que essa PEC da Blindagem não vai elevar em nada, pelo contrário, a classe política brasileira e o Congresso Nacional”, disse. Ele acrescentou que, se a Casa aceitasse a medida, “essa legislatura ficaria marcada por uma decisão que vai na contramão da história”. Em 2020, Chico Rodrigues ficou afastado do Senado por cerca de quatro meses depois que escondeu R$ 33,1 mil na cueca durante uma abordagem da Polícia Federal. Ele era investigado em operação que apurava desvios de recursos de emendas parlamentares destinados ao combate à pandemia de covid-19. Na época, era vice-líder do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). Ele foi alvo de uma representação no Conselho de Ética do Senado, que ainda tramita. Em julho de 2024, essa representação foi distribuída e Davi Alcolumbre (União-AP) foi designado relator. O processo não teve atualizações desde então. Quando Chico Rodrigues reassumiu o mandato após o episódio, ele enviou um ofício aos parlamentares em que afirmava que o dinheiro era destinado ao pagamento de funcionários de uma empresa familiar. Segundo o senador, ele escondeu a quantia por “medo”, diante da “responsabilidade de ter de assegurar os recursos destinados ao pagamento dos funcionários”.
PEC da Blindagem
Depois da aprovação relâmpago na Câmara dos Deputados, o agora presidente do Senado, Davi Alcolumbre, descartou acelerar a tramitação e encaminhou a PEC à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na noite de quarta-feira (17/9). O presidente do colegiado, senador Otto Alencar (PSD-BA), já sinalizou resistência à proposta e afirmou que “essa PEC não passa de jeito nenhum”. Mesmo se o texto receber parecer contrário na CCJ, ele pode seguir para votação no plenário do Senado. Para isso, é necessário o apoio de dois terços dos 81 senadores, em dois turnos.