Povernadores Ronaldo Caiado de Goiás e Renato Casagrande, do Espírito Santo

O governador de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil), anunciou nesta quarta-feira (29/10) que viajará ao Rio de Janeiro nesta quinta-feira (30), acompanhado de uma comitiva de governadores, para demonstrar apoio ao governo fluminense após a megaoperação policial contra a facção Comando Vermelho (CV). O chefe do Executivo goiano colocou as tropas goianas à disposição do governo do Rio de Janeiro para apoiar operações de segurança no estado. Caiado afirmou que a decisão ocorre diante da falta de apoio federal e do agravamento da crise de violência no Rio. Segundo a coluna do jornalista Gerson Camarotti, do g1, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), também ofereceu suporte ao Rio de Janeiro. “O presidente Lula simplesmente disse que não vai autorizar tropa para fazer esse combate no Rio de Janeiro. Então, qual é a alternativa do governador Cláudio Castro? É entregar o comando do estado para as facções”, disse Caiado à reportagem.
Governadores de direita articulam reunião sobre segurança
Segundo Caiado, governadores de direita vão se reunir ainda nesta quarta-feira (29), por videoconferência, para discutir estratégias conjuntas de combate ao crime organizado. O movimento ocorre após uma das operações policiais mais letais da história do Rio de Janeiro. “Vamos ser realistas. Sessenta por cento da população está preocupada com a violência. Nós vivemos em um estado de guerra, a dominação do narcotráfico em grande parte do território”, afirmou o governador. Ele também criticou o que chamou de “ingenuidade” no enfrentamento da criminalidade.“Não se pode acreditar que você deve chegar com flores no Complexo do Alemão e isso vai resolver o problema”, ressaltou
Operação reacende tensão entre Rio e governo federal
A megaoperação realizada na terça-feira (28/10) nas comunidades da Penha e do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, resultou em mais de 60 mortes, entre elas quatro policiais. Segundo o governo fluminense, a ação visava integrantes do Comando Vermelho, organização que domina grande parte da região. Nesta quarta-feira (29/10) moradores levaram 55 corpos até uma praça na Penha, número que ainda não consta no balanço oficial da Polícia Militar. O episódio reacendeu o confronto político entre o governo estadual e o Palácio do Planalto, após o governador Cláudio Castro (PL) afirmar que o “Rio está sozinho” no enfrentamento ao crime.
Governo federal nega omissão e cita cooperação
Em resposta, os Ministérios da Justiça e da Defesa divulgaram nota afirmando que mantêm apoio institucional e troca de informações de inteligência com o estado do Rio de Janeiro. Apesar da declaração, o episódio evidenciou divergências na condução da política de segurança pública e impulsionou a articulação de governadores conservadores em torno de uma agenda comum.


