FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL
Bolsonaro é frágil; vai ter ‘piripaque’ na Papuda e voltará para casa, avaliam advogados
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e, segundo apuração da coluna de Malu Gaspar, de O Globo, deve começar a cumprir a pena no Batalhão da Polícia Militar da Papuda, conhecido como “Papudinha”. A área, destinada a policiais militares presos, é considerada a mais adequada em infraestrutura e segurança para abrigar o ex-chefe do Executivo, caso o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determine a prisão em regime fechado.
Local já recebeu presos políticos e ex-ministros
O mesmo espaço já abrigou o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, também por ordem de Moraes, durante as investigações dos atos de 8 de janeiro. De acordo com fontes próximas ao STF, a chefe de gabinete do ministro visitou a Papudinha e outras duas unidades dentro do complexo penitenciário para avaliar as melhores condições para a possível detenção de Bolsonaro. A expectativa entre aliados é que o ex-presidente permaneça no local entre uma e duas semanas, mas há quem avalie que o período pode ser maior. O julgamento virtual que analisa os últimos recursos da defesa termina na sexta-feira (14).
Defesa tenta evitar “risco Papuda”
A equipe jurídica de Bolsonaro tenta evitar sua ida ao presídio, usando relatórios médicos para solicitar prisão domiciliar. Os advogados alegam que o ex-presidente enfrenta complicações decorrentes da facada de 2018, além de câncer de pele, refluxo, apneia e pressão alta. Na última semana, um pedido para que ele passasse por nova avaliação médica foi negado por Moraes, que considerou a solicitação inoportuna. Enquanto isso, aliados temem que a prisão em um ambiente carcerário comum traga riscos à integridade e à saúde de Bolsonaro, que recentemente passou por sua sétima cirurgia abdominal desde o atentado sofrido durante a campanha presidencial.


