No post, a chancelaria americana justifica dizendo que: bloquear informações e multar empresas é antidemocrático O governo Luiz Inácio Lula da Silva acusou o governo americano de tentar politizar decisões judiciais nesta quarta-feira, dia 26, após uma crítica pública à liberdade de expressão no Brasil, feita pelo Departamento de Estado. No post, a chancelaria americana diz que bloquear informações e multar empresas — numa referência às punições feitas pelo ministro Alexandre de Moraes contra a plataforma Rumble — é antidemocrático. “O governo brasileiro rejeita, com firmeza, qualquer tentativa de politizar decisões judiciais e ressalta a importância do respeito ao princípio republicano da independência dos poderes, contemplado na Constituição Federal brasileira de 1988?, afirma o comunicado do Ministério das Relações Exteriores. O governo Lula disse ainda ter recebido com surpresa a manifestação do Departamento de Estado. “A manifestação do Departamento de Estado distorce o sentido das decisões do Supremo Tribunal Federal, cujos efeitos destinam-se a assegurar a aplicação, no território nacional, da legislação brasileira pertinente, inclusive a exigência da constituição de representantes legais a todas as empresas que atuam no Brasil”, acrescenta o Itamaraty na nota. Ainda de acordo com a chancelaria, a liberdade de expressão é um direito fundamental consagrado no sistema jurídico brasileiro e deve ser exercida em consonância com os demais preceitos legais vigentes, sobretudo os de natureza criminal. Justiça dos Estados Unidos nega liminar do Rumble e da Trump Media contra Alexandre de Moraes. Entenda o casoA crítica do Departamento de Estado ocorreu depois de Moraes bloquear a plataforma Rumble no País, afirmando que a rede social cometeu “reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e ao Poder Judiciário brasileiros”. O ministro havia exigido que a empresa indicasse um representante no Brasil. A Rumble e a Trump Media, empresa ligada a Donald Trump, processaram o ministro nos Estados Unidos, acusando-o de violar a soberania americana. O pedido, no entanto, foi rejeitado pela Justiça americana. Na decisão, a juíza Mary Scriven não analisou o mérito da ação, argumentando que as decisões do ministro não se aplicam nos EUA e que não houve qualquer tentativa de impor seu cumprimento em território americano. Segundo o inquérito das fake news, presidido por Moraes, o Estado brasileiro e suas instituições republicanas foram alvo de uma orquestração antidemocrática baseada na desinformação em massa, divulgada em mídias sociais. O processo tramita no STF há quase seis anos. Críticos de Alexandre de Moraes dizem que ele excede suas funções como juiz e atua com parcialidade. ‘Dedo bolsonarista’Nos bastidores, a diplomacia de Lula associa a manifestação a ações recorrentes de parlamentares de direita e bolsonaristas expatriados nos Estados Unidos, entre eles o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo. Os passos do deputado nos EUA, alguns deles divulgados abertamente nas redes sociais, vêm sendo acompanhados por diplomatas. Nos últimos dias, Eduardo Bolsonaro fez um giro por gabinetes congressuais, inclusive de parlamentares ligados à América Latina, entre eles María Elvira Salazar. Republicana e da Flórida, ela é integrante da frente parlamentar do Brasil no país – a Brazil Caucus. O deputado federal, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, visitou membros do Executivo americano e conversou com autoridades do Departamento de Estado. O primeiro guichê que atende questões relacionadas ao Brasil é justamente o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, responsável pelas relações com as Américas. Ele é dirigido pelo embaixador Michael Kozak. ‘Via de mão dupla’Trata-se do mesmo órgão da diplomacia americana que fez a publicação em sua conta oficial no X. Na mesma plataforma, a conta do Departamento de Estado em espanhol reproduziu o texto traduzido. “O respeito à soberania é uma via de mão dupla com os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivíduos norte-americanos é incompatível com os valores democráticos”, disse a diplomacia americana, também nesta quarta – feira. Reservadamente, embaixadores brasileiros a par da reação veem o parlamentar “clamando por interferência de Trump” no Brasil. Eles defendem que a presença dele nos EUA deveria ser apurada e objeto de escrutínio, para se descobrir se ele usa verba pública e se viajou autorizado pela Câmara dos Deputados. Leia a íntegra da nota: O governo brasileiro recebe, com surpresa, a manifestação veiculada hoje pelo Departamento de Estado norte-americano a respeito de ação judicial movida por empresas privadas daquele país para eximirem-se do cumprimento de decisões da Suprema Corte brasileira. O governo brasileiro rejeita, com firmeza, qualquer tentativa de politizar decisões judiciais e ressalta a importância do respeito ao princípio republicano da independência dos poderes, contemplado na Constituição Federal brasileira de 1988. A manifestação do Departamento de Estado distorce o sentido das decisões do Supremo Tribunal Federal, cujos efeitos destinam-se a assegurar a aplicação, no território nacional, da legislação brasileira pertinente, inclusive a exigência da constituição de representantes legais a todas as empresas que atuam no Brasil. A liberdade de expressão, direito fundamental consagrado no sistema jurídico brasileiro, deve ser exercida, no Brasil, em consonância com os demais preceitos legais vigentes, sobretudo os de natureza criminal. O Estado brasileiro e suas instituições republicanas foram alvo de uma orquestração antidemocrática baseada na desinformação em massa, divulgada em mídias sociais. Os fatos envolvendo a tentativa de golpe contra a soberania popular, após as eleições presidenciais de 2022, são objeto de ação em curso no Poder Judiciário brasileiro.
Governo Lula acusa diplomacia dos EUA de distorcer e politizar decisão judicial de Moraes
Governo de Goiás convoca foliões para doar sangue antes do Carnaval
Com aumento no número de casos de dengue, Rede Hemo também reforça pedido para doações de plaquetas Para garantir a manutenção dos estoques de sangue no estado, o Governo de Goiás, por meio da Rede Estadual de Serviços Hemoterápicos, convoca a população para realizar doações antes do período da folia. O objetivo é garantir o abastecimento de sangue das 223 unidades de saúde atendidas pelo Hemocentro de Goiás. Além disso, a Rede Hemo também pede o apoio da população para as doações de plaquetas, em virtude do aumento no número de casos de dengue em todo o estado. A diretora técnica da Rede Hemo, Ana Cristina Novais, afirma que as doações de plaquetas são essenciais para garantir o tratamento a pacientes que possuem a forma grave da doença, já que ajudam a controlar as hemorragias. Ela reforça ainda que o Hemocentro de Goiás passa por um período crítico em relação aos estoques de sangue. “O Carnaval é uma data em que além da redução das doações devido a viagens, pode ocorrer maior número de transfusões devido aos acidentes em rodovias. Este ano, enfrentamos uma baixa histórica no número de doações. Por isso, faço um convite especial para os doadores dos tipos negativos; especialmente o tipo B e O negativo, utilizado em atendimentos de emergência”. Programação Pré-Carnaval De hoje até o dia 28, a Unidade Móvel do Hemocentro vai estacionar em alguns pontos da capital para receber as doações de sangue sempre das 8h às 16h. Nesta quarta-feira (26/02), o atendimento será no Câmpus Goiânia Oeste do Instituto Federal de Goiás (IFG), na Rua F 17, setor Vilage Santa Rita. No dia 27, o ônibus estará no Centro Universitário Nossa Senhora Aparecida (Unifanap), na Avenida Pedro Luiz Ribeiro, Chácara Santo Antônio, Conjunto Bela Morada. Por fim, no dia 28, a unidade móvel atenderá no Edifício Trend Oficce Home, na Rua 72, Nº 325, no Jardim Goiás. Para incentivar a doação e homenagear os doadores regulares, o Hemocentro Coordenador, em Goiânia, promove na próxima sexta-feira (28/02), mais uma edição do projeto Música Pela Vida, com o grupo Clube do Samba. A apresentação voluntária será realizada na recepção da unidade, a partir das 9h. A unidade atende de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h, e aos sábados, das 8 às 12h. Já as unidades do interior, em Ceres, Jataí, Formosa, Iporá, Porangatu, Quirinópolis, Catalão e Rio Verde funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 18 horas. Para fazer uma doação de sangue é necessário estar saudável, ter peso acima de 50 kg, apresentar documento com foto válido em todo o território nacional e idade entre 16 e 69 anos, sendo que antes de completar 18 anos é necessária uma autorização dos pais ou responsáveis. Quem tomou a vacina da febre amarela deve aguardar 30 dias para fazer uma doação. Já para vacina contra gripe, o prazo é de 48 horas. Quem desejar doar sangue em uma unidade da Rede Hemo pode agendar a doação com antecedência pelo site agenda.hemocentro.org.br ou pelo telefone 0800 642 0457.
Governo Lula e Congresso conseguem aval de Dino para destravar emendas com ‘buracos’ não resolvidos
O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva ( PT) durante encontro de prefeitos com o presidente da Câmara Federal Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado Federal Davi Alcolumbre O governo Lula e o Congresso apresentaram um plano conjunto para destravar as emendas parlamentares questionadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O documento traz propostas para dar transparência e rastreabilidade para os recursos, mas apresenta algumas falhas admitidas pelos próprios autores que ainda não foram solucionadas. O plano seria discutido nesta quinta-feira (27/20 em reunião convocada pelo ministro Flávio Dino, relator dos processos no STF. Dino viu avanços na proposta, cancelou a audiência e enviou a avaliação para o plenário do Supremo, sinalizando com a possibilidade de liberar o pagamento de emendas, como querem os parlamentares. Dois pontos se destacam: o Executivo e o Legislativo prometem dizer no que será gasto o dinheiro das emendas Pix e revelar o nome dos parlamentares beneficiados pelo orçamento secreto e pelas emendas de comissão, que herdaram parte do esquema – e só depois o dinheiro cairia na conta dos Estados e municípios beneficiados. No caso da emenda Pix, de seis em cada dez avaliações feitas pelos ministérios nessas transferências, as informações apresentadas pelos municípios não dão conta de informar o básico: no que o dinheiro foi ou será gasto, segundo relatório do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos enviado junto com o plano para o STF. Cumprir o que o STF determinou pode provocar empecilhos para o pagamento dos recursos, segundo a pasta, e será preciso se adaptar. Se fosse para cumprir tudo que o STF determinou, mais de 4.700 municípios brasileiros não poderiam mais receber os recursos daqui para frente por descumprirem as determinações. Sobre a outra promessa, a de mostrar os nomes dos parlamentar que apadrinharam o orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão em 2021, e as emendas de comissão, as informações oferecidas pelo Congresso Nacional não estão organizadas de forma que seja possível a conexão com os dados divulgados pelo governo federal. Quando o Congresso oferece o nome do parlamentar (em poucos casos isso acontece), esse nome não aparece na hora que o governo libera o dinheiro, e isso ainda não foi solucionado, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou em relatório, também enviado junto com a proposta. Também permanece sem solução um ponto central no processo: o valor das emendas parlamentares e o cumprimento às regras fiscais. No ano passado, Dino deu uma decisão dizendo que as emendas não poderiam crescer mais do que outras despesas do governo. Se isso fosse cumprido à risca, os parlamentares perderiam aproximadamente R$ 5 bilhões neste ano. Além disso, se as contas saírem do controle neste ano, os congressistas podem ter as emendas cortadas por decisão unilateral do Executivo. A decisão de Dino é favorável para o interesse do Congresso Nacional e do governo Lula, inclusive para consolidar os mais de R$ 50 bilhões em emendas neste ano. O despacho veio após a apresentação de um projeto de lei, revelado pelo Estadão, que recupera verbas do orçamento secreto de Jair Bolsonaro (PL) canceladas pelo governo Lula em dezembro. A intenção declarada dos parlamentares é aprovar o projeto e buscar uma revisão da decisão do Supremo que bloqueou as emendas secretas. “Vossa Excelência só pode votar uma vez, deputado Hugo Leal”, disse o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), que presidia a sessão da Câmara no momento da votação da urgência da proposta, ao colega que foi relator do Orçamento de 2022 e carimbador de várias emendas secretas que ficaram penduradas pela decisão de Dino. A sinalização de Dino ocorre também após a demissão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e a substituição pelo ministro Alexandre Padilha. Só no ano passado, mais da metade das emendas (54%) passou pela pasta. Dino colocou o Ministério da Saúde como central na liberação dos recursos daqui para frente, exigindo que tudo que envolver saúde dependa do aval da máquina federal do Sistema Único de Saúde (SUS), centralizada no Ministério. De acordo com interlocutores, tudo que o magistrado não queria era o Centrão (leia-se Arthur Lira) controlando o órgão. Flávio Dino, relator dos processos no STF. Dino viu avanços na proposta, cancelou a audiência e enviou a avaliação para o plenário do Supremo, sinalizando com a possibilidade de liberar o pagamento de emendas, como querem os parlamentares.
O discurso de ódio que levou Bolsonaro à Presidência também o arrasta para a condenação
Denúncia da PGR tem altos e baixos, mas o histórico político de Bolsonaro pesa para a verossimilhança da acusação A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) por participação em um golpe de Estado tem pontos altos e baixos, provas robustas e lacunas, certezas bem apresentadas e algumas ilações. Pode não ser a peça dos sonhos, em especial sobre o exato papel de Bolsonaro no plano “Punhal Verde e Amarelo”. mas é uma descrição convincente sobre o risco vivido pelo país por obra do então presidente. Abriu-se o abismo da violência política e do retorno da ditadura que ele tanto exaltou, e isso jamais deve ser esquecido quando se analisa a denúncia da PGR. A verossimilhança da acusação vem, por ironia, do próprio comportamento público de Bolsonaro nas últimas três décadas. Ele desejou e defendeu a ruptura democrática de 1964, inclusive exaltando um notório torturador e lamentando que a ditadura não tivesse matado 30 mil brasileiros. Ou que o Exército não tenha exterminado todos os indígenas brasileiros. Por isso, quando a PGR diz que Bolsonaro, durante a Presidência, teve um papel ativo num plano de ruptura institucional, soa como algo absolutamente natural e lógico. Até mesmo esperado. E quando seu ex-braço-direito, o tenente-coronel Mauro Cid, homem de confiança e da estreita convivência do então presidente, diz que Bolsonaro trabalhou para convencer os três comandantes militares e o ministro da Defesa a virar a mesa, parece inteiramente coerente com a trajetória do ex-deputado. Por outro lado, quando Bolsonaro agora tenta se apresentar como um democrata, temos uma completa dissonância. Foi exatamente a ditadura o que ele sempre defendeu como regime político. Carece de sentido dizer, como fizeram na semana passada um de seus filhos, Flávio, e o líder da oposição ao governo, Luciano Zucco (PL-RS), que a denúncia é “uma peça de ficção”. Ficção seria descrever Bolsonaro como um democrata. A investigação da Polícia Federal (PF) demonstra que foi um golpe evitado por poucas pessoas aparentemente movidas por uma mistura de sentimentos, incluindo o medo de dar errado. O risco era enorme para o país, mas também para os conspiradores. No entorno do presidente, vê-se que a torcida era tremenda para uma insurgência militar chamada de “intervenção”. Embora hesitasse, Bolsonaro deu um passo além, e assim deixou escancarado um ponto indesmentível da denúncia da PGR. Não há mais dúvida de que Bolsonaro pressionou os militares a apoiar a decretação de um “estado de sítio” ou de um “estado de defesa”, eufemismos para um ato de exceção que, na prática, iria impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Desde que uma chamada “minuta do golpe” foi apreendida na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres em janeiro de 2023, Bolsonaro foi ajustando e calibrando sua versão. Em um primeiro momento, em junho de 2023, ele disse o seguinte: “Não tomei conhecimento desse documento, dessa minuta”. Porém, mencionou enigmaticamente que “estado de defesa é previsto na Constituição”. Após as investigações da PF avançarem, o tom de Bolsonaro mudou. Até que, em novembro de 2024, já acuado pelas revelações da PF, ele admitiu publicamente ter discutido com os militares a hipótese dos estados de exceção. Em 2022, porém, ele escondeu tal fato dos brasileiros. A maquinação não podia vir a público. É difícil entender o motivo pelo qual a PGR não incluiu, na denúncia, esse reconhecimento de Bolsonaro. Ele acabou – forçado pelo desenrolar dos acontecimentos – corroborando trechos centrais da delação de Mauro Cid e dos depoimentos de dois comandantes militares, Freire Gomes (Exército) e Baptista Júnior (Aeronáutica). A ausência da palavra de Bolsonaro é uma das lacunas na denúncia que citei acima. Talvez a PGR tenha entendido que uma entrevista fora dos autos do processo não poderá ser usada no julgamento. Mas abordá-la não iria macular em nada a peça. Bolsonaro afirmou em novembro de 2024: “O que está dentro da Constituição você pode utilizar. E eu batia muito na questão do estado de sítio”. Sem dúvida, “batia” nos comandantes militares. Ocorre que o estado de sítio, uma exceção gravíssima, que na prática extermina o estado democrático de direito, embora previsto no artigo 137 da Constituição, pode ser decretado pelo presidente da República desde que “ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional”. É a mesma necessidade para a decretação do estado de defesa. O Conselho da República é formado pelo vice-presidente da República, pelos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, líderes da maioria e da minoria das duas Casas do Legislativo, o ministro da Justiça e seis cidadãos brasileiros natos com mais de 35 anos de idade, indicados pelo presidente e pelo Congresso Nacional. Por sua vez, o Conselho de Defesa Nacional é formado pelo vice-presidente da República, quatro ministros de Estado e pelos comandantes militares, mas também pelos presidentes da Câmara e do Senado. Se Bolsonaro queria mesmo jogar “dentro das quatro linhas” da Constituição, como ele alega, não ter discutido na forma da lei as hipóteses de exceção com diversas outras autoridades de Brasília representa um buraco revelador na versão apresentada pelo ex-presidente. Certamente será um ponto muito explorado durante o julgamento do processo. Além de ter escondido as consultas aos militares, outro problema para Bolsonaro é que não havia nenhum motivo real, entre novembro e dezembro de 2022, para a decretação de algum estado de exceção no país. Protestos de bolsonaristas em ruas e rodovias, principalmente em áreas dominadas pelo agronegócio, e acampamentos na frente dos quarteis pretendiam criar um caos no país, mas logo se viu que não conseguiram tração e, assim, de modo algum representavam “grave e iminente instabilidade institucional”. A conclusão possível é que o então presidente trabalhava com a intenção de se manter no poder mesmo após a vitória do seu adversário. Na semana passada, ouvi na internet um honesto e sério articulista dizer que a denúncia⁷ da PGR “não se trata de mais uma simples narrativa, mas de uma exposição minuciosa e documentada”. Ocorre que toda denúncia do
Bolsonaro associa turma do STF a ‘câmara de gás’ e diz que pode morrer na prisão
Ele afirmou que, se for condenado por todos os crimes de que é acusado, com penas que podem somar mais de 40 anos, pode morrer na prisão SÃO PAULO – SP (FOLHAPRESS) – Denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL-RJ) disse nesta terça-feira (25/2) ver sua condenação como provável se considerar as condições atuais e que a primeira turma da corte, responsável pelo seu caso, é conhecida como “câmara de gás”. “Se você analisar uma turma com a outra, essa turma que eu estou, tem um apelido, né? Câmara de gás. Entrou ali…”, disse em entrevista ao jornalista Leo Dias. Questionado sobre quem teria apelidado o grupo dessa forma, respondeu: “É o que a gente ouve falar por aí”. A denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Bolsonaro deverá ser julgada na Primeira Turma do STF, onde atua o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Ela é formada ainda pelos ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux. Os dois ministros indicados pelo ex-presidente em seu mandato, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, integram a Segunda Turma do Supremo. Bolsonaro disse na entrevista que conversa atualmente com 4 dos 11 integrantes da corte. Ele afirmou que, se for condenado por todos os crimes de que é acusado, com penas que podem somar mais de 40 anos, pode morrer na prisão. “O senhor pode passar 40 anos preso”, afirmou Leo Dias. “Quarenta anos, não. Morrer na cadeia. Eu não vou viver mais [do que isso]”, respondeu o ex-presidente, completando que acha que “para algumas pessoas importantes, não interessa eu preso, interessa eu morto”. “Eu preso vou ser um problema também, vai haver uma comoção nacional.” Durante a entrevista, Bolsonaro voltou a se defender das acusações de tentativa de golpe de Estado e a minimizar sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. Disse que seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, cuja colaboração premiada foi divulgada na última semana, “foi torturado” psicologicamente por Moraes em depoimentos. O ministro ameaçou decretar sua prisão, revogar a delação e seguir com investigações que atingiriam seus familiares, caso o militar não falasse a verdade. “Na Lava Jato, um comportamento muito mais ameno do que esse serviu para anular a Lava Jato. […] No meu caso tem dez vezes mais nulidades”, argumentou. Questionado se estava defendendo Cid, o ex-presidente disse que não o atacaria e que se coloca no lugar dele. “Cid era o muro das lamentações, todo mundo ligava para ele. […] Acho que ele se empolgou com essa missão, tinha o excesso de iniciativa, queria resolver sem consultar. Mas foi de boa fé”, declarou. Bolsonaro minimizou os áudios extraídos de celulares de alguns dos acusados de participar da trama golpista. Em um deles, o general da reserva Mario Fernandes, ex-chefe dos chamados “kids pretos” do Exército, afirma que “o decreto é real e foi despachado ontem com o presidente” e pede “movimento”. “Tem algum áudio comigo?”, perguntou. Ele então afirmou que “foram estudadas hipóteses de estado de sítio”, mas que, se fosse realmente publicar decreto, teria que ter convocado conselhos, e não chegou nem nessa fase. O ex-presidente foi acusado no último dia 19 pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de praticar os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e participação em uma organização criminosa. Somadas, as penas máximas chegam a 43 anos de prisão, sem contar os agravantes, além da possibilidade de ele ficar inelegível por mais tempo do que os oito anos pelos quais foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2023.
UEG publica edital de aproveitamento de vagas pelo Enem
Inscrições para 1.073 vagas em 33 cursos de graduação podem ser feitas gratuitamente, até 6 de março, exclusivamente pelo site do Núcleo de Seleção A Universidade Estadual de Goiás (UEG) publicou, na última segunda-feira (24/2), o edital de seleção para aproveitamento de vagas remanescentes do Vestibular 2025/1. O chamado é voltado para alunos que querem ingressar nos cursos de graduação da UEG por meio do aproveitamento de seu desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). São ofertadas 1073 vagas em 33 cursos de graduação. Entre os cursos que ofertam vagas estão Administração, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Cinema e Audiovisual, Direito, Enfermagem, Engenharia Civil, Farmácia, Medicina Veterinária, Química Industrial e Zootecnia. Os candidatos interessados podem conferir o edital e fazer suas inscrições gratuitamente, até 6 de março, exclusivamente pelo site do Núcleo de Seleção da UEG (nucleodeselecao.ueg.br). Podem concorrer às vagas os estudantes que tenham concluído o ensino médio e realizado o Enem nos anos de 2014 a 2024, tendo obtido resultado igual ou superior a 200 pontos na média das notas das quatro provas objetivas e da redação, não tendo tirado zero em nenhuma delas. A classificação dos candidatos será feita por ordem decrescente da média das 4 (quatro) provas objetivas e da redação do Enem, respeitando-se o limite de vagas de cada curso, cidade e turno indicados no formulário de inscrição. Procedimentos para inscrição _Candidato deverá conectar-se ao endereço eletrônico nucleodeselecao.ueg.br e:_ – ler o edital; – fazer o cadastro geral, por meio do CPF, e guardar a senha gerada; – preencher o formulário de inscrição; – gerar e imprimir o comprovante de inscrição. Serviço *Assunto:* Processo de Seleção para Vagas Remanescentes do Vestibular 2025/1 da UEG *Quando:* até 6 de março de 2025 *Onde:* nucleodeselecao.ueg.br
Presidente da Aleto discute leis para promoção da Igualdade Racial com secretário de Estado
Também participaram da reunião o secretário executivo da Pasta, Rogério Castro, a assessora jurídica, Ana Claudia e o assessor Glenio Marques Para dialogar sobre políticas públicas para a população negra, indígena e quilombola do Tocantins, o presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, deputado Amélio Cayres (Republicanos), recebeu o secretário de Igualdade Racial do Tocantins, Adão Francisco de Oliveira, na tarde de segunda-feira (24/2). Na ocasião, o secretário estadual apresentou os projetos em andamento da Secretaria recém-criada para estimular o turismo de base, apoio às manifestações da cultura negra, bem como trabalho para fortalecimento de comunidades negras do Estado. Adão Francisco também solicitou apoio do chefe do Legislativo para as legislações necessárias à implementação das ações do Executivo, como a criação do Sistema Estadual de Promoção da Igualdade Racial. “Estamos atuando para implementar diversos projetos; discutindo com os grupos, sociedade, prefeitos e também estruturando administrativamente e, como uma secretaria nova, precisamos do apoio de todos, também desta Assembleia que cria e aprova as leis. Nosso objetivo é claro: dar oportunidade para a população negra do Tocantins, historicamente marginalizada em todo o país. Quando o governador criou a secretaria, criou para que nós fizéssemos esta reparação histórica, com autonomia para trabalharmos e avançar com as ações estruturantes”, acentuou o secretário. Cayres parabenizou o gestor estadual pela busca por mais oportunidades à população negra e determinou a disposição de seu gabinete e do administrativo da Casa de Leis para apoiar as ações. “Nosso Tocantins é composto, em sua grande maioria, pela população negra e, certamente, temos que ter olhar atento para garantir as leis que apoiem a causa e ter, de fato, a igualdade racial que buscamos como representantes do povo. Contem conosco”, enfatizou o presidente da Casa. Também participaram da reunião o secretário executivo da Pasta, Rogério Castro, a assessora jurídica, Ana Claudia e o assessor Glenio Marques.
Caiado assina acordo para início das atividades do Hospital Universitário de Catalão
Governador destaca avanço na regionalização da saúde e impacto na formação de profissionais. Nova unidade terá 150 leitos e será referência em atendimento oncológico e materno-infantil O governador Ronaldo Caiado participou, nesta terça-feira (25/02), da cerimônia de assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) que viabiliza o início das atividades do Hospital Universitário de Catalão. A solenidade, realizada na própria unidade de saúde, contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, além de representantes da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), da Universidade Federal de Catalão (UFCat) e da prefeitura municipal. Com formação em medicina, Caiado destacou a importância da integração entre ensino e atendimento hospitalar para a qualificação dos profissionais da saúde. “Vincular um hospital de média e alta complexidade a uma universidade do porte da UFCat, que é referência nacional, é um avanço significativo. Teremos monitores, professores e médicos altamente capacitados para cuidar da população e formar especialistas”, afirmou. O governador também ressaltou que a unidade complementa a regionalização da saúde promovida pelo Estado desde 2019. “Temos trabalhado para levar estruturas hospitalares a várias regiões de Goiás, garantindo atendimento de qualidade para a população. E essa iniciativa do ministro Camilo Santana, de credenciar o hospital à UFCat, é fundamental para o desenvolvimento da boa medicina”, pontuou. Construído pela prefeitura de Catalão, o hospital foi cedido à UFCat e será administrado pela Ebserh. Com a assinatura do acordo, serão iniciados os processos para aquisição de equipamentos e contratação de profissionais. De acordo com Camilo Santana, a previsão é de que o hospital entre em funcionamento no segundo semestre de 2025. “Esse será um marco importante, pois a unidade atenderá tanto o ensino e a pesquisa quanto a população, sendo integrada ao SUS”, destacou. Estrutura e impacto regional Durante a cerimônia, Caiado visitou as instalações do hospital, que conta com 12 mil metros quadrados de área construída. A unidade terá 150 leitos de internação clínica e cirúrgica, incluindo 20 UTIs adulto e 25 neonatal, além de ambulatório, centro cirúrgico e atendimento oncológico com quimioterapia. A parceria com a UFCat permitirá que o hospital se torne um polo de ensino e pesquisa na área da saúde. O prefeito de Catalão, Velomar Rios, destacou que o hospital será um divisor de águas para a região, beneficiando mais de 1,5 milhão de pessoas. O ex-prefeito Adib Elias lembrou que o terreno foi inicialmente destinado ao novo Paço Municipal, mas a gestão optou por construir o hospital. “Essa é a maior unidade hospitalar pública erguida no interior do Brasil nos últimos dois anos”, afirmou. Arthur Chioro, presidente da Ebserh, reforçou a importância da cooperação entre município, Estado e União para consolidar a unidade como referência em alta complexidade na macrorregião centro-sudeste, que abrange 56 municípios. “O hospital terá um papel essencial na formação de profissionais de saúde, além de ser referência no atendimento materno-infantil e oncológico”, frisou. A reitora da UFCat, Roselma Lucchese, enfatizou o compromisso da universidade em contribuir para o desenvolvimento regional. “Esse hospital reforça nosso papel de ampliar o acesso ao ensino e à saúde, garantindo atendimento de qualidade para a população mais vulnerável, que muitas vezes precisa buscar tratamento em outros estados”, concluiu.
Marçal e Gusttavo Lima acertam filiação ao União Brasil
Ala do União Brasil quer que Pablo Marçal e Gusttavo Lima oficializem suas filiações durante lançamento da pré-candidatura de Caiado ao Palácio do Planalto O influenciador Pablo Marçal e o cantor sertanejo Gusttavo Lima confirmaram suas filiações ao União Brasil (UB) com a expectativa de que oficializem a entrada no partido ainda no primeiro semestre de 2025. Uma ala do União Brasil defende que Marçal e Gusttavo Lima se filiem durante o evento de lançamento da pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à Presidência pela legenda. O evento, marcado para o próximo dia 4 de abril no Centro de Convenções de Salvador, contará com as presenças dos dois, além de ser o dia em que Caiado receberá o título de cidadão baiano. Entretanto, outra ala do União Brasil sugere que a filiação de Marçal e Gusttavo Lima ocorra antes do evento de Caiado, para evitar que a adesão dos dois ofusque o lançamento da pré-candidatura do governador. Na cúpula do União Brasil, os planos para Marçal envolvem uma candidatura a governador ou a senador por São Paulo nas eleições de 2026, caso ele consiga reverter a condenação que o torna inelegível por oito anos, decidida pela Justiça Eleitoral de São Paulo no dia 21 de fevereiro. Marçal, no entanto, ainda pode recorrer da decisão. Em relação a Gusttavo Lima, os planos para ele no União Brasil indicam uma candidatura ao Senado por Goiás em 2026. Apesar disso, o cantor já declarou, em entrevista ao Metrópoles em janeiro, que pretende disputar a Presidência da República. Aliados de Caiado afirmam que ele pretende aproveitar a popularidade de Gusttavo Lima para aumentar sua visibilidade. A estratégia do governador de Goiás seria viajar pelo país ao lado do cantor para impulsionar sua popularidade. Até o momento, tanto Gusttavo Lima quanto Pablo Marçal não se pronunciaram sobre o assunto, apesar de tentativas de contato feitas pela coluna desde segunda-feira (24/2). O espaço permanece aberto para eventuais manifestações dos dois.
Ipasgo Saúde antecipa 147,5 milhões à rede credenciada
No total, 671 pessoas jurídicas que atendem beneficiários do plano de saúde recebem hoje pagamento que deveria ocorrer na sexta-feira, dia 28. Pessoas física receberam no último dia 14 O Ipasgo Saúde credita nesta terça-feira (25/02) o pagamento de 671 pessoas jurídicas, a exemplo de hospitais e clínicas, que prestam atendimento aos quase 600 mil beneficiários do plano de saúde, o maior de Goiás e a maior autogestão do país. Ao todo, R$ 147,5 milhões que, originalmente, deveriam ser repassados na sexta-feira (28/02) serão depositados de forma antecipada para 90% dos prestadores, porque eles apresentaram a documentação dentro do prazo. Os demais receberão de acordo com o fluxo normal de pagamentos. Essa antecipação demonstra nosso compromisso com a rede credenciada, fortalece nossa parceria com hospitais, clínicas e demais prestadores e, além disso, garante que a rede tenha os recursos necessários para continuar oferecendo um serviço de excelência aos nossos beneficiários”, afirma o presidente do Ipasgo Saúde, Vinícius Luz. Esta é a segunda vez este mês que o Ipasgo Saúde paga os prestadores de forma antecipada. Nos dias 13 e 14, o plano de saúde já havia quitado R$ 17,5 milhões em remunerações de 2.760 médicos e outros profissionais de saúde que atendem os beneficiários como pessoas físicas. Ou seja, antes mesmo do fim de fevereiro, o plano de saúde já injetou mais de R$ 165 milhões no mercado de saúde. Outros pagamentos Até o final deste mês, de acordo com a evolução da apresentação de documentos necessários ao recebimento pelos serviços prestados, a instituição deve ultrapassar os R$ 180,3 milhões em pagamentos à rede credenciada. O Ipasgo Saúde, por exemplo, já tem em processamento notas fiscais recebidas depois do dia 21 de fevereiro, após o prazo estabelecido. Ainda assim, a meta é que esses pagamentos também ocorram antes do dia 28. De acordo com o calendário de pagamento do Ipasgo Saúde, prestadores pessoas físicas recebem no dia 15 e pessoas jurídicas, no dia 30. Contratualmente, os recebimentos deveriam ser efetivados 60 dias após a apresentação da fatura. Ou seja, a data de pagamento teria variação de acordo com cada prestador. Para Vinícius Luz, essas antecipações de pagamentos visam proporcionar mais segurança e previsibilidade financeira para a rede credenciada. Além disso, atestam o compromisso da instituição em manter um fluxo de pagamentos ágil e eficiente, importante tanto para os prestadores de serviço quanto os beneficiários. Credenciamento A instituição, que já tem o maior número de prestadores entre os planos de saúde que operam em Goiás, com quase cinco mil pessoas físicas e jurídicas, está em processo de ampliação da rede credenciada. Desde o último dia 17, o Ipasgo Saúde recebe inscrições de médicos, de todas as especialidades, interessados em atender os quase 600 mil beneficiários do Ipasgo Saúde. O processo de credenciamento é simples e pode ser realizado de forma totalmente digital. Os profissionais precisam possuir registro ativo no Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) e anexar a documentação obrigatória em um formulário disponível do site www.ipasgo.go.gov.br. As solicitações serão avaliadas considerando critérios como município de atuação, cobertura assistencial, demanda de beneficiários e facilidade de acesso aos serviços.


