“Dê palpite na sua vida e não na nossa”, acrescentou Lula na segunda-feira (7/7) em uma coletiva de imprensa durante a cúpula do Brics no Rio de Janeiro
O governo brasileiro convocou o representante comercial dos Estados Unidos nesta quarta-feira (9) para protestar contra o apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), que está sendo julgado por tentativa de golpe de Estado, informou uma fonte do Itamaraty à AFP. O diplomata americano Gabriel Escobar foi convocado para explicar uma nota divulgada pela embaixada, na qual reitera o apoio que o presidente Donald Trump expressou a Bolsonaro. Na segunda-feira (7/7) Trump foi a suas redes sociais para afirmar que Bolsonaro é alvo de “uma caça às bruxas” e pediu às autoridades brasileiras que deixem o ex-presidente “em paz”. Na nota que provocou a convocação do diplomata, a assessoria de imprensa da embaixada americana “reforçou” a declaração de Trump em defesa de Bolsonaro. “Jair Bolsonaro e sua família foram parceiros fortes dos Estados Unidos. A perseguição política contra ele, sua família e seus seguidores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil”, diz o texto. Bolsonaro pode ser condenado a 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar uma suposta tentativa de impedir a posse de seu adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após perder as eleições de 2022. Diante do comentário do presidente americano, Lula respondeu que o Brasil é “um país soberano” e não aceita “interferência ou tutela de quem quer que seja”. “Dê palpite na sua vida e não na nossa”, acrescentou ele na segunda-feira (7/7) em uma coletiva de imprensa durante a cúpula do Brics no Rio de Janeiro.