Foto: Diomício Gomes/O Popular
Companhia apresentou uma redução de 29,1% na folha de pagamento em relação ao mesmo período de 2024. Uma das medidas de impacto que foram adotadas corresponde à redução de 80% nos cargos comissionados
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), falou sobre a nova etapa no Plano de Reestruturação da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (9). Na ocasião, Mabel informou sobre o desligamento de 668 servidores aposentados e destacou que a companhia apresentou uma redução de 29,1% na folha de pagamento em relação ao mesmo período de 2024, o que corresponde a R$ 73,6 milhões. “Só de folha de pagamento nesses seis meses, nós diminuímos ela em R$ 73 milhões, a partir de uma série de questões, coisas que não precisavam ser pagas, demissões que foram feitas, ajustes e outras coisas mais”, declarou o prefeito. Uma das medidas que foram adotadas, segundo a prefeitura, corresponde à redução no número de comissionados. A gestão divulgou que, em janeiro de 2024, havia 532 servidores nesta condição. No início deste ano, o número caiu para 120, o que indicou uma redução de 80,82%. Mabel destacou que a calamidade financeira da Comurg não é uma novidade. “É uma empresa que vem quebrada há muitos anos. Ano passado ela deu 1,1 bilhão de prejuízo, que foi registrado. Mas é uma empresa, que na nossa opinião, tem jeito. Tem como recuperar. A cidade precisa da Comurg”, disse.
Redução de funcionários
A nova fase do plano teve início com o desligamento dos 668 aposentados. A prefeitura ressaltou que eles permaneciam na folha salarial pois não havia recursos para o pagamento das rescisões. A partir da reestruturação, a companhia conseguiu viabilizar os acertos. Desde o início do ano, cerca de 1,5 mil servidores foram desligados, informou o prefeito.
Resultados do plano
Com o plano em ação, a Comurg divulgou que houve o recadastramento dos servidores da companhia, acordo com o Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação (SEACONS) e a manutenção de mais de 1,4 mil funcionários. Desde que iniciou o plano de reestruturação, a gestão informou que promoveu a extinção de gratificações, diretorias e cargos de chefia desnecessários. Além disso, houve a retomada de pagamento de FGTS e obrigações trabalhistas após 27 meses de atrasos. Nesta nova etapa, houve um investimento de mais de R$ 33 milhões. “A companhia começou a entrar no eixo. Uma série de desperdícios que nós tínhamos aqui [foram cortados]. Nós cortamos quase 70% dos cargos de chefia. Cortamos cinco diretorias. Nós fizemos toda uma adequação de frota. A Comurg para não alugar mais caminhões usa na parte noturna os caminhões da Seinfra”, disse Mabel. Além disso, a companhia contratou um escritório jurídico especializado em direitos trabalhistas. Em relação aos casos de corrupção, a gestão destacou que 38 servidores estão sendo investigados por suspeita de acordos extrajudiciais irregulares. A prefeitura disse ainda que a Comurg busca se adequar às exigências legais e garantir um equilíbrio econômico, conforme as orientações dos órgãos fiscalizações do estado, como o Tribunal de Contas de Municípios (TCM) e o Ministério Público de Goiás (MP-GO).