“Eu vim aqui conversar porque eu não tenho nada contra as manifestações, acho que as coisas não estão do jeito que a gente gostaria que estivesse. Eu não fui eleito pra isso, entendeu?”, disse Ibaneis ao conversar com os deputados federais Hélio Lopes (PL-RJ), Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e os advogados dos parlamentares
Ao negociar a saída dos deputados bolsonaristas acampados na Praça dos Três Poderes, na frente do STF (Supremo Tribunal Federal), durante a madrugada de sábado (26/7), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que buscava resolver a situação “na paz”. “Eu vim aqui conversar porque eu não tenho nada contra as manifestações, acho que as coisas não estão do jeito que a gente gostaria que estivesse. Eu não fui eleito pra isso, entendeu?”, disse Ibaneis ao conversar com os deputados federais Hélio Lopes (PL-RJ), Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e os advogados dos parlamentares. A ida do governador ao acampamento foi uma resposta à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que, na noite de sexta-feira (25), havia determinado a imediata retirada dos parlamentares do Partido Liberal que ocupavam a Praça. Moraes também notificou o governador para que impedisse a formação de novos acampamentos no local, sob pena de prisão em flagrante em caso de “resistência ou desobediência” dos envolvidos. Ao dialogar com os deputados, o governador disse que estava ali para garantir uma saída pacífica: “Nosso pessoal tá aqui pra ajudar a fazer tudo, levar aonde vocês precisarem”. “Eu tô na paz, não estou concordando com nada do que está acontecendo nesse país, acho que esse não é o caminho. Eu sou uma pessoa da democracia, acho que a gente resolve os problemas nas urnas”, acrescentou Ibaneis. À CNN, o governador disse que tomou conhecimento da decisão do ministro Alexandre de Moraes para a retirada do acampamento enquanto estava a caminho do local.
Desocupação
Após o diálogo com o governador naquela madrugada, Hélio Lopes e o Coronel Chrisóstomo afirmaram que iriam deixar a Praça dos Três Poderes. No último sábado (26/7), Moraes determinou a proibição de qualquer tipo de acampamento no raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, de quartéis das Forças Armadas e da Esplanada dos Ministérios. O magistrado ainda citou os atos de 8 de Janeiro na decisão. “Em complemento a decisão anterior, pelos mesmos fundamentos, para garantir a segurança pública e evitar novos eventos criminosos semelhantes aos atos golpistas ocorridos em 8/1/2023, determino a proibição de qualquer acampamento em um raio de 1km da Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios e, obviamente, em frente aos quartéis das Forças Armadas”, escreveu o ministro. A Praça dos Três Poderes foi interditada na manhã de ontem pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). O local segue fechado para visitação pública na manhã deste domingo (27/7).