Senador vê ausência de sessões na Casa Alta como manobra para silenciar oposição durante visita da Organização dos Estados Americanos (OEA)
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou o ritmo de atividades no Senado, que entra a segunda semana consecutiva sem a realização de sessões. Para ele, a decisão do novo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), em paralisar as atividades após seua eleição é uma manobra para amenizar as críticas ao governo do petista Lula e ao Supremo Tribunal Federal (STF) na semana em que o advogado Pedro Vaca, relator da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), visita o Brasil.
“No meu modo de entender, a intenção é silenciar os discursos da oposição, de crítica ao governo. Alcolumbre anda junto com o governo Lula, joga com o governo Lula. Para mim, é um jogo a favor do governo. Não só do Supremo, que a gente sabe que com o Supremo ele já anda há muito tempo, mas gora com o governo Lula. É para calar, para silenciar a voz da tribuna. É a segunda semana que nada tem”, afirmou o senador cearense.
“Senado começa mal”
E acresentou: “O Senado já começa mal. É uma democracia relativa, alinhada ao presidente Lula e ao STF. Vemos o Senado se aproximando dessa situação, negando até os discursos feitos nas sessões de pronunciamento, as chamadas sessões não deliberativas, durante a semana. O silêncio do Senado diz muito sobre o rebaixamento ao Supremo, e ao governo Lula. A Casa considera conveniente manter-se em silêncio diante das denúncias que vão se acumulando”. O senador Eduardo Girão concorreu à presidência do Senado contra Davi Alcolumbre, vencedor no último pleito. Desde a eleição de Alcolumbre, o plenário do Senado foi aberto apenas para a sessão de início dos trabalhos. A oposição no Congresso Nacional aderiu à campanha de Alcolumbre a partir da negociação do senador amapaense com partidos como o Partido Liberal (PL) e o Republicanos, que abrigam parlamentares ligados ao bolsonarismo.