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Golpistas pedem dinheiro em nome de Flávio, Michelle, Eduardo e Nik
Acostumados com pedidos de dinheiro feitos pelo clã todas as vezes que Jair Bolsonaro (PL) enfrenta dificuldades, apoiadores do ex-presidente agora estão na mira de golpistas, segundo denúncia feita pelo próprio filho “01”, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que tornou-se porta-voz do clã.
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Em publicação na noite desta terça-feira (25), horas após Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar o início do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses de prisão, Flávio alertou para o uso de seu nome, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do irmão Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e dos deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sargente Fahur (PSD-PR) em um golpe que pede dinheiro pelas redes sociais. “Se essa imagem chegar até você, denuncie imediatamente. Criminosos manipularam minha fala com IA para simular que eu estou pedindo dinheiro. Isso é fraude. Não caia nesse golpe e ajude a alertar outras pessoas”, afirmou, emendando que “também manipularam as imagens da Michelle, Nikolas, Sargento Fahur e Eduardo”, diz Flávio. O alerta foi compartilhado por Michelle Bolsonaro nos stories de seu Instagram.
Precedentes
O uso de Pix e vaquinhas online para arrecadar dinheiro é um hábito comum do clã Bolsonaro, mas desta vez foi antecipado por golpistas, que buscam lucrar com a ingenuidade de apoiadores do ex-presidente. Em relatório divulgado em agosto, a Polícia Federal afirma que Bolsonaro movimentou mais de R$ 44,3 milhões entre março de 2023 e fevereiro de 2024. “O presente Relatório de Inteligência Financeira apresenta informações e comunicações relativas a operações financeiras suspeitas de configurarem lavagem de dinheiro e outros ilícitos penais, tendo como principais envolvidos Jair Bolsonaro e Eduardo Nantes Bolsonaro. Naturalmente, tais comunicações também revelam a participação de terceiros que mantiveram relações financeiras com os principais investigados nas operações identificadas como suspeitas”, aponta o documento. Do total que entrou nas contas, R$ 19,2 milhões têm origem em 1,2 milhão de transações via Pix. O documento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf),, revelado pela PF, também registra transferências feitas a familiares, incluindo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o vereador de Balneário Camboriú (SC) Jair Renan (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Para os investigadores, as movimentações financeiras estão sob suspeita de configurarem “ocorrências de lavagem de dinheiro e outros ilícitos”. Pagando salário para o ex-presidente e Michelle, além do aluguel da mansão e outros luxos para o clã – como viagens de jatinhos – com recursos públicos do fundo partidário, o PL, sigla comandada por Valdemar da Costa Neto, lidera a lista, com depósitos que somam R$ 1.111.651,38 entre 1º de março de 2023 e 5 de junho de 2025. Em seguida, o Coaf lista outros nove doadores, entre empresas e pessoas físicas, que destinaram mais valores via Pix ao ex-presidente. Bolsonaro, por sua vez, enviou R$ 2,1 milhões para o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) conspirar contra o Brasil nos EUA e outros R$ 2 milhões a esposa, Michelle. O segundo maior doador é o Centro Oncológico Onco Star SP, uma rede de referência ao tratamento do Câncer que pertence à Rede D’Or São Luiz, que repassou R$ 50 mil ao ex-presidente. Bolsonaro é um dos principais clientes da rede D’Or e, quase sempre, utiliza hospitais do grupo em suas internações. Em seguida, está o empresário Rogério Martins Berti, sócio da Agro Berti Produtos Agrícolas, em Tanabi, interior paulista, que repassou R$ 34.681,14 a Bolsonaro.
Veja a lista dos 10 maiores doadores
PL – R$ 1.111.651,38;
Onco Star SP (empresa do setor da saúde, da Rede D’Or São Luiz) – R$ 50 mil;
Rogério Martins Berti (empresário do agronegócio, de SP) – R$ 34.681,14;
José Alves Filhos (sócio da farmacêutica Vitamedic, de GO) – R$ 19.001,00;
Marcos C. de Oliveira Venda (empresa Shoppinteligente, varejista de material elétrico, de SP) – R$ 14.132,00;
José Luiz Calheiros de Albuquerque – R$ 10.138,30;
Pedro R. Antunes Freitas – R$ 9.938,71;
João Bosco Jofre (de SP) – R$ 9.001,00;
Sérgio Cardoso de Almeida Neto (empresário do setor imobiliário, de SP) – R$ 4.900,00;
Sérgio Cardoso de Almeida Filho (empresário do agronegócio, de SP) – R$ 4.900,00.



